Reproduzir x Produzir Conhecimento


A tabela 1, extraída de Bolzan (1998), resume as diferenças paradigmáticas fundamentais entre o ensino como reprodução do conhecimento (Pedagogia Tradicional) e o mesmo centrado na produção do conhecimento pelo aluno (Pedagogia Nova).

ENSINO COMO REPRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

ENSINO COMO PRODUÇÃO  DO CONHECIMENTO

- enfoca o conhecimento "sem raízes" e o dá como pronto, acabado e inquestionável;

- enfoca o conhecimento a partir da localização histórica de sua produção e entende como provisório e relativo;

- valoriza o imobilismo e a disciplina intelectual tomada como reprodução das palavras, textos e experiências do professor e do livro;

- valoriza a ação reflexiva e a disciplina tomada como a capacidade de estudar, refletir e sistematizar conhecimento; 

- privilegia a memória e a repetição do conhecimento socialmente acumulado;

- privilegia a intervenção no conhecimento socialmente acumulado;

- usa a síntese já elaborada para melhor passar informações aos estudantes, muitas vezes reproduzidas de outras fontes;

- estimula a análise, a capacidade de compor e recompor dados, informações, argumentos e idéias;

- valoriza a precisão, a segurança, a certeza e o não- questionamento; 

-valoriza a ação, a reflexão crítica, a curiosidade, o questionamento exigente, a inquietação e a incerteza;

- premia o pensamento convergente, a resposta única e verdadeira e o sentimento de certeza;

- valoriza o pensamento divergente e/ou provoca incerteza e inquietação; 

- concebe cada disciplina curricular como um espaço próprio de Domínio de conteúdo e em geral, dá a cada uma o status de mais significativa do currículo acadêmico;

- percebe o conhecimento de forma interdisciplinar, propondo pontes de relação entre eles e atribuindo significados próprios aos conteúdos, em função dos objetivos acadêmicos;

- valoriza a quantidade de espaços de aula que ocupa para poder "ter a matéria dada", em toda a sua extensão;

- valoriza a qualidade dos encontros com os alunos e deixa este tempo disponível para o estudo sistemático e investigação orientada;

- concebe a pesquisa como atividade exclusiva de iniciados, onde o aparato metodológico e os instrumentos de certeza  sobrepõe à capacidade intelectiva de trabalhar com a dúvida;

- concebe a pesquisa como atividade inerente ao ser humano, um modo de aprender o mundo, acessível a todos e a qualquer nível de ensino, guardadas as devidas proporções;

- incompatibiliza o ensino com a pesquisa e com a extensão, dicotomizando o processo de aprender;

entende a pesquisa como instrumento de ensino e a extensão como ponto de partida e de chegada da apreensão da realidade;

- requer um professor "erudito" que pensa deter com segurança os conteúdos de sua matéria de ensino;

- requer um professor inteligente e responsável, capaz de estimular a dúvida e orientar o estudo para a emancipação;

- coloca o professor como a principal fonte de informação que, pela palavra, repassa ao aluno o estoque que acumulou.

- entende o professor como mediador entre o conhecimento, a cultura sistematizada e a condição de aprendizado do aluno.

TABELA 1 – Reprodução do Conhecimento X Produção do Conhecimento

assumir uma tarefa verdadeiramente formativa e incentivadora das reais aptidões de seus alunos, ajudando-os a superar possíveis obstáculos na descoberta de seus próprios caminhos de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, Luiz Pondé. Educação para o empreendedorismo. Universidade Católica de Salvador, set. 1998.
 BÍSCARO, A.W. Métodos e técnicas em Treinamento e Desenvolvimento. Apud: BOOG, G.G. Manual de treinamento e desenvolvimento. São Paulo: Makron Books, 1994.
 BOLZAN, Regina de Fátima Fructuoso de Andrade. O conhecimento tecnológico e o paradigma educacional. Dissertação - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998.
 COVEY, Stephen. Os Sete hábitos da pessoas muito eficazes.  24 ed. São Paulo: Best seller,1997. 
 DRUKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e princípios. São Paulo: Pioneira, 1987.

FILION, Louis Jacques. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. HEC, The university of Montreal Business school, 1999.
 GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas – A teoria na prática. Porto Alegre: Editora Artmed., 2000.
 MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus Editora, 2000.
 PATI, Vera. O empreendedor: descoberta e desenvolvimento do potencial empreendedor. In Criando seu próprio negócio. São Paulo. Edição Sebrae, 1995.
 ROGERS, Carl. Liberdade para aprender. 4 ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.
 SAVIANI, D. Escola e Democracia. 25 ed. São Paulo: Cortez, 1991.
 PINCHOT III, Gifford. Intrapreneuring. Porque você não precisa deixar a empresa para se tornar um empreendedor.  São Paulo: Ed. Harbra ltda, 1989.


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